quarta-feira, 1 de junho de 2011

Canitarfall I: A Morte de Jéssica

Canitarfall Jessica A. estava morta.

Para entendermos melhor, vamos voltar 25 anos. Jéssica, então com 45 anos, criou um vinculo com Marisa, então uma pequena órfã de dez anos, ninguém sabe mas alguns dizem que ela teria matado os pais e sua irmã recém nascida, verdade? Talvez seja apenas boatos das más línguas. Talvez.

Seja como for, Jéssica cuidou da pequena menina de olhos escuros como se fosse sua filha, ensinando-a inclusive, algumas coisas no mínimo estranhas para a mocinha, como tecnicas de “vudu” e outros diversos tipos de magia negra.

O tempo passa, Marisa fica cada vez maior e mais estranha, sem amigos no colégio, a única pessoa que amava era sua mãe adotiva, mais ninguém. Isso explica a cara de espanto da agora mulher de 35 anos olhando o corpo de Jéssica ali, caído no meio da cozinha de pisos xadrez. Ela havia morrido de morte natural, estava fazendo o jantar, como fazia todo santo dia naquele mesmo horário, quando não mais que de repente sentiu um forte aperto no peito e o sombrio sopro da morte em seu ouvido. A velha estava morta, não por nada, mas porque estava na sua hora mesmo.

O problema é que para a “pequena” Marisa, morte natural era apenas um homicídio cometido por Deus- isso se é que ele existe em seu sombrio vocabulário.

Marisa estava realmente chocada, aquela cena lhe fez lembrar da morte de seus pais, caídos também em uma cozinha, cheios de sangue, naquele 13 de março, curiosamente, uma sexta feira chuvosa.

A imagem de sua mãe a olhando com olhos estatelados e com uma expressão de horror nunca saiu da cabeça da menina agora mulher que sonhava com isso frequentemente.  Agora que quem estava morta era Jéssica, não era sexta-feira, seus olhos estavam fechados e em seus lábios um frio sorriso estava estampado, mas fora da casa e dentro de Marisa, a chuva caia forte, acompanhada de sombrias rajadas de vento e trovões arrepiantes. O que fazer com o corpo? Ligar para a polícia, hospital ou algo assim? Não, isso não fazia o tipo da sinistra Marisa. A solução foi muito melhor e inusitada…

Compartilhe : :

0 comentários: