HEY, MORALISTAS, VÃO TOMAR NO CÚ!

Se você ficou chocado ( a ) com o título desta postagem, está na hora de rever seus conceitos.

“Os homens só serão livres quando o último rei for enforcado nas tripas do último padre.” (Diderot)

“Porra, caralho não é palavrão. Palavrão, meu filho, é condomínio, palavrão é fome, palavrão é a maldade que estão fazendo com um colírio custando 40 mil réis, palavrão é não ter cama nos hospitais.” (Dercy Gonçalves)

As frases acima pertencem a duas pessoas diferentes, que embora tenham nascido na mesma época viveram em tempos diferentes e que aparentemente não possuem nada em comum. O primeiro, Denis Diderot, viveu na França iluminista do século XVIII e a segunda, Dercy Gonçalves, encantou multidões por quase todo século XX e ficou famosa pelos palavrões que falava a todo tempo. As duas frases ditas no início ficaram famosas por motivos distintos, mas as duas lutavam contra a mesma coisa: imposições de morais criadas por hipócritas dizentes donos da verdade.

Ok. Já faz um tempo que ambas foram escritas a algum tempo e talvez já tenham, de certa forma, perdido seu valor, mas a dita “moral” ainda é exposta de maneira inconsequente para coisas banais. Se no século XVIII o problema era o governo totalitarista e o clero que transformava e transforma fieis em zumbis, apenando para falsas verdades e no século passado era a censura que assombrava os artistas impondo o que podíamos ou não falar, hoje, no apogeu dessa dita liberdade, parece que estamos regredindo. Não olhe para jornais e revistas, nem pergunte a seu vizinho, apenas faça login no site Facebook.com e dê uma olhada em seu feed de notícias. Haverão centenas de apelações contra a moça que foi “estuprada” aham Cláudia, senta lá no BBB e, se começar a ver os posts antigos, verá a história do cachorrinho que foi morto, a do Rafinha Bastos e outras centenas que eu, assim como você, não me lembro mais.

O fato é que estamos nos encaminhando a uma censura que não é o governo que está impondo, somos nós mesmos! Vamos analisar fato a fato: Rafinha Bastos, a piada dele foi infeliz? Sim, claro. Mas não era motivo para tanto! Foi uma piada feita em um programa de humor, faz sentido não? O cachorrinho, foi triste? Foi. Foi dramático? Sim. precisava ter a repercussão que teve nas mídias sociais? NEM FUDENDO! Não. Ela matou o cachorro de maneira brutal um animal indefeso, mas o porco é um animal indefeso, a galinha é um animal indefeso, a vaca é um animal indefeso e você come carne todos os dias. Os ratos, macacos e afins são indefesos mas milhares morreram (após ficarem cegos, aleijados ou só por medidas do protocolo) para que você pudesse usar esse creminho anti rugas. E quem se importa? Mas não, “vamos publicar os dados pessoais dela!”; “Ela merece pagar pena máxima!”; “Morte a enfermeira!”; “Partiu churrascada casa do tio zé, bora estreiar minha bota de couro nova!”… Quanto a história do BBB não irei comentar, pois ela tem mais de 18, ele também e ambos sabem de suas atitudes, não é necessário que redes que faturam milhões cobrando indulgências a pessoas retardadas (tô falando daquela bosta de Record mesmo!) fiquem notificando isso o tempo todo.

Onde estou tentando chegar com isso tudo é que precisamos rever nossa moral! Espetáculos devem ser cobrados, música não. Quem deve ganhar milhões são os professores, não os jogadores de futebol. Não é certo pessoas serem descriminadas por que gostam de pessoas do mesmo sexo ou são de cores ou credos diferentes. Isso deve gerar protesto no face.

Se abríssemos nossas mentes e matássemos o rei que vive em nossa cabeça com as tripas do padre que lá habita, não ficaríamos ofendidos por fodas relações sexuais alheias, cachorrinhos mortos ou com o bebê de Vanessa Camargo, ficaríamos ofendidos quando abríssemos o jornal e víssemos que um parlamentar ganha R$400’500,00 enquanto o salário mínimo é de R$622,00. Contra isso sim devemos protestar, todos nós, menos claro, a Luiza, que está no Canadá.

 

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