terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Volta, revolta, reviravolta e o incêndio da casa noturna Kiss, em Santa Maria

O que mais me faz amar o povo gaúcho, identidade. Talvez o problema do Brasil esteja em um povo que não vê os demais como irmãos. O gaúcho vê.É muito triste que a volta do Mundo Medo venha com uma notícia tão triste... Eu, Renato Navas, passei minhas férias em Porto Alegre, a capital gaúcha, e além de, como sempre, me apaixonar (de novo) pela cidade e conhecer muita gente do país todo e até de fora dele (no caso EUA, Chile, Uruguai, Argentina, Alemanha, Russia e Inglaterra...) , esse ano tive a oportunidade de ter contato com os gaúchos propriamente ditos. Nos proximos posts entrarei em detalhes sobre as histórias da viagem, mas por ora, tudo o que posso dizer é que foi outra vez incrível.

Talvez eu já tenha deixado claro em outros posts sobre como sou apaixonado pelo Rio Grande do Sul, e com minha volta tão recente (voltei dia 22 de janeiro), o incendio a uma boate na cidade de Santa Maria, no interior do estado, onde por um acaso haviam centenas de estudantes da federal pela qual prestei vestibular ano passado, a UFSM, me deixou muito assustado. Apurando a situação de maneira fria, vemos que é uma avalanche de imprudências muito comuns e nos fizeram pensar sobre os lugares onde vamos. Agora pare por um instante e pense em 4 casas noturnas ou ambientes fechados onde costuma frequentar. Imagine um incêndio nesses lugares. Existe segurança? A resposta é negativa por diversas razões que variam entre falta de medidas de segurança (portas de emergência, sistema anti incendio, etc) a falta de informações (locais de saidas de emergencia, como usar extintores, etc). Tudo isso deverá ser revisto com urgência. A tomada de novas medidas de segurança e sobretudo e divulgação das mesmas são essenciais no momento, principalmente pela repercurção mundial que o acontecido teve a pouco tempo dos dois maiores eventos esportivos do mundo.

Que me perdoem pela frieza, mas não é hora de chorar, agora é hora de rever esses conceitos. Vendo as fotos da casa apresentadas no G1, chegamos a conclusão de que esta na hora de mudar os esquemas das casas noturnas, casas essas que chegam a receber mil pessoas cobrando vinte, trinta, cinqüenta reais de cada uma e não tem a decência de instalar sistemas anti incêndio, ou como no caso da Kiss, nem mesmo de carregar seus extintores. As prefeituras devem impor isso e caso contrário fechar os estabelecimentos. A Casa noturna Kiss estava sem alvará desde outubro, e tudo o que o prefeito fez até agora foi enrrolar em respostas á imprensa...

Imprensa essa que chegou a ser julgada por muitos como sensacionalista, ampliando o cado de maneira desnescessária. Será mesmo? Em primeiro lugar, essa foi a segunda maior tragédia do gênero do país, perdendo apenas para o incêndio do Gran Circus Norte Americano em 1961 na cidade de Niteroi, que matou aproximadamente 500 pessoas. E além disso, um fator que também impressiona em ambas as situações: A idade dos mortos. No Gran Circus, aproximadamente 70% eram crianças enquanto na Kiss, quase todas as universitários. Estamos falando do futuro do país, jovens que fariam a diferença de alguma maneira. E se isso não te impressiona o que deixa claro que você seja ou um jovem inútil sem grandes perspectivas de vida ou um velho frustrado, que não realizou e nem realizará seus sonhos creio que nada possa. Mas uma coisa é bem clara, a importancia dada pela imprensa e as ações da presidente Dilma Rousseff, não são demasiadas, mas necessárias para que essa terrível esperiência gere mudanças. E por falar na presidente, é importante frizar de que se ela sofreu, é por que além de ser presidente, também é humana, críticas sobre isso e o apoio dado por ela a familia das vitimas não passa de intrigas de uma oposição sem argumentos.

Mas voltando a falar das mudanças, todas as maiores tragédias tiveram sim, após sua repercursão, seu lado positivo, seja no modo de viajar como foi o caso do Titanic ou na segurança dentro da sua casa, com as revisões feitas nos padrões de energia após o incêndio ao Edifício Joelma, em São Paulo no ano de 1974, agora chegou a vez das casas noturnas… É rezar pelos jovens que morreram e para que não morram outros da mesma maneira.

Luto por Santa Maria: Pessoas deixam flores, cartazes e balões em frente a boate.

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